Coração apertado, noite de sono ruim e mais um dia de torturas pela frente. Pega o ônibus, entra na fila, escolhe uma carteira, fala com os bons amigos e é submetido a uma massante matéria a qual não se sabe nem o nome. Cabeça explodindo, coração saindo e você precisando de um escape. Vencido por si mesmo, se vê obrigado a tomar uma atitude: Abre a mochila, pega papel e caneta e começa a escrever, rascunhar. Não aquelas vazias palavras escritas no mundo negro desenhando por linhas brancas regidas pelo mestre em determinada disciplina. Você começa a interpretar, sugar, procurar e e jorrar todas as palavras, expressões e sentimentos desenhadas em linhas imaginárias dentro do teu profundo, desconhecido e frágil mundo vermelho. Descobre coisas de si mesmo que nem sequer sabia que existiam, passa a conhecer-se melhor e ainda arranca, aparentemente pela raiz, toda aquela pressão, dor e peso que tanto incomodavam e abalavam teu mundo. Olha para aquela confissão composta de inúmeros sentimentos transformados em palavras em percebe que toda aquela frustração que se tinha foi transformada em orgulho próprio, em algo com que se possa aprender e quem sabe ajudar outras pessoas. Você, com apenas uma caneta e a última folha do teu caderno, percebe que consegue re-estabilizar o mundo a sua volta, o mundo real e cruel. Põe o caderno na divisória certa, pega a caneta novamente e já mais aliviado de alma e consciência, tenta enfim compreender todas aquelas linhas regidas pelo mestre a sua frente.
Escrever não é apenas formar palavras através de letras. Escrever é dizer com o coração o que não se consegue falar com a boca.
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